Orientação
aos gestores das unidades escolares
11.
Para Ter a Escola que Queremos
O século
XXI, que ora se inicia, é um tempo de avanços do conhecimento
humano e novas tecnologias. O mundo está passando por incríveis
mudanças que, de forma acentuada, marcam nova direção
na história da humanidade. Para se ter uma visão mais
real da situação descrita, basta observar que, nos últimos
25 anos, as descobertas e inventos da terra equivalem ao que aconteceu
nos últimos 5.000 anos. E mais, 80% dos descobridores e inventores
estão vivos e acompanhando o desenvolvimento humano e tecnológico.
Portanto, o mundo está em ebulição e nesse contexto,
estamos envolvidos, observando, colaborando, desfrutando informações
instantâneas, criando um mundo cada vez menor, levando-se em conta
os conhecimentos. Para a população ativa restringem-se
os empregos formais, aperfeiçoa-se as tecnologias, diminuem as
oportunidades laborais. Nessa luta pela ocupação do espaço,
só aos bem formados e informados restam bem remuneradas ocupações.
Nessa tarefa, a educação (no sentido de formação)
detém o maior índice de responsabilidade, principalmente
se considerarmos a profunda alteração do papel da família
nos últimos 30 anos. A mãe, que até então
assumia grande parcela de responsabilidade na formação
do filho, deixa a função específica de cuidadora
da família para assumir a condição de provedora.
Assim, a responsabilidade da escola aumentou e, sem dúvida alguma,
suas condições diminuíram em qualidade. A última
metade do século XX tornou-se um marco da mudança criativa
e inovadora para a história da humanidade. A responsabilidade
da escola é tanto maior porque os avanços tecnológicos
não correspondem às demandas de uma humanidade em larga
escala empobrecida. O crescimento do número de excluídos
é assustador. E a situação só se reverterá
com a educação, não tenhamos dúvidas.
E
a escola, como está?
Dizer
que ela está atravessando sérias dificuldades não
é pessimismo e sim, realidade. Fazemos parte de um sistema educacional
com tradição centralista e temos dificuldades para alterar
o quadro, que se nos apresenta. Um relativo número de escolas
(e estamos analisando escola pública) tem boa qualidade, o que
deveria ser norma. Não é fácil enfrentar problemas
como: deficiência de módulo, falta de professores, violência,
burocracia excessiva, baixíssimos salários, baixa auto-estima,
que somados, conspiram contra a qualidade desejada. Mas não façamos
da realidade uma constante. Procuremos, de todas as formas, otimizar
a escola que temos. É nossa obrigação. As novas
exigências sociais não permitem a cada um de nós
o conformismo.
Direção
tem que enfrentar desafios
O
título da matéria é muito pertinente, sem dúvida
alguma. Não há como negar que administrar uma escola não
é tarefa fácil. É desafiadora. O melhor caminho
é o trabalho em equipe, mas ele não existe sem que haja
um líder. É a figura que deve maximizar o potencial das
pessoas envolvidas. Como disse Bill Bethel - "uma equipe bem sucedida
é um grupo de muitas mãos, mas de uma mente". O Diretor
de Escola é a figura central do processo educacional dentro da
escola que dirige. Ele deve ser um grande visionário para assumir
uma missão que inspire o grupo. Deve ser um pensador, que se
comunique com eficiência. Deve ter coragem para arriscar e ser
capaz de criar um ambiente favorável. O verdadeiro líder
tem sensibilidade para fazer sábio uso do poder nas tomadas de
decisão (e a todo instante ela é necessária). O
líder deve ser corajoso (não herói) e assumidor
de compromissos. Ajuda-nos muito a leitura do livro - "Qualidades
que fazem de você um líder", de Sheila M. Bethel,
que deve servir de base a este trabalho. O líder deve transformar
a educação em prioridade máxima nacional. A educação
é o caminho mais curto para o desenvolvimento desejado. O Diretor
de Escola tem que liderar, tem que ter posturas firmes e exemplos a
serem seguidos.
Diretor
de Escola - tem que ser grande líder: tem que ser diferente
Querer
negar a verdade de que os profissionais do magistério não
recebem o reconhecimento a que fazem jus é impossível.
Mesmo com as circunstâncias desfavoráveis, o contexto ai
está. A escola está inserida nesse contexto social difícil.
Não há como mudar, por decreto, pelo menos. Mas é
preciso mudar. Nesse ponto de necessidade se destaca a importância
do Diretor de Escola. Está comprovado: "sem direção
não dá".
O Diretor de Escola precisa ser um líder, precisa ser diferente.
Diferenciar-se, para ele, é uma necessidade através do
uso da sua liderança, embora ela não seja algo que se
aprenda de uma vez por todas. Liderança que se diferencia, não
pelo salário, pela origem, sexo ou cargo. É aquele que
tem consciência dos desafios que enfrenta e que serve aos outros.
Um verdadeiro líder é dinâmico e tem habilidades
e aptidões para fazer as coisas. Tem sempre em mente a idéia
de diferenciar-se, de crescer e modificar-se. E deve ficar bem claro
que o melhor tipo de liderança é pelo exemplo. Distinguir
a diferença entre comandar e liderar é fundamental. Para
administrar basta trabalhar com pessoas ou grupos para alcançar
determinados objetivos. Liderar é a arte de influenciar os outros.
O desdobramento positivo é o envolvimento de todos. A seguir,
as principais qualidade de um líder.
Um
líder tem uma missão de peso
Quando
se fala em missão, o entendimento não deve ficar restrito
ao cumprimento de um dever ou tarefa. Ela deve partir de um sonho ou
visão, movidos por um objetivo. Uma missão de peso torna
o líder diferente dos outros. Eis o segredo da construção
de peso: inspira, motiva os outros.
Uma missão sempre começa pequena, no primeiro passo. E
o primeiro passo, quase sempre, é o mais difícil, o líder
deve esclarecer aos liderados a missão a que se propõe.
Tomadas de decisões e comunicações destacam o líder.
E, à medida que a missão se desenvolve, percebe-se aparecer
novos desafios. É como escalar uma montanha. Chegando-se ao topo
dela, percebe-se que há outras montanhas mais altas. Nos desafios
é que se percebe a importância do comportamento individual:
ele é a chave do desempenho organizacional. Uma missão
de peso é composta de pelo menos duas partes essenciais: uma
prática e outra mágica. Esta segunda é o que a
missão faz na mente e no coração. A primeira é
o resultado. Nem sempre é fácil propor uma missão
desafiadora. Aí é que entram dois ingredientes fundamentais:
paciência e persistência.
Um
verdadeiro líder pensa grande
Um
líder que pensa grande se diferencia. Enxerga coisas que os outros
não conseguem ver. Não há dúvida que um
grande pensador é, ao mesmo tempo, pragmático e místico.
Os administradores tem listas do que fazer, os líderes tem listas
do que criar. Os líderes que pensam grande são visionários.
A visão ultrapassa os limites da imaginação. Visão
é um sonho acordado. "Criar é a verdadeira essência
da vida", segundo Niebuhr. Para ilustrar a idéia de visionário,
há a história de uma criança de 5 anos, que perguntado
o que fazia, respondeu "que estava desenhando o retrato de Deus".
Mas querida, afirma a professora - "Ninguém sabe qual a
cara de Deus". "Daqui a um minuto todos vão saber",
responde a criança. A missão importante é um desafio.
Tanto é verdade que entre os educadores há reatores e
atores. Reatores esperam os acontecimentos. Atores usam a imaginação
- dirigem e controlam os acontecimentos. O pensar grande precede à
grande realização.
Um
líder é mestre em mudança
O
mundo moderno sofre, a cada momento, muitas mudanças. Mudança
não é fato novo na rotina do dia a dia. Elas sempre existiram.
As preocupações nossas dizem respeito à velocidade
com que elas acontecem. O verdadeiro líder que se diferencia
tem capacidade de adaptar-se à essas mudanças. A mudança
mais importante é aquela acontecida com o próprio líder.
Depois, deve ser capaz de processar as mudanças nos outros. Quase
sempre as mudanças implicam em abrir mão do passado. Elas
são necessárias, quase sempre, não só pela
importância do objetivo da qualidade, mas também para melhorar
a sociedade. O líder diferencia-se por manter em perspectiva
de mudança de forma constante. Sabe acompanhar o crescimento
dos outros.
O líder que se diferencia deve manter o bom humor. Como se sabe,
o sorriso é muito importante. É o índice de bom
humor. É o sorriso que faz menor a distância entre duas
pessoas. O senso de humor, quando bem desenvolvido, torna as pessoas
bastante carismáticas.
A manutenção de ter a mudança em perspectiva favorável
é muito bom para os líderes modernos, porque em cada emoção
há uma reação. O medo das mudanças, ao contrário,
ocasiona a perda de identidade pessoal.
Para provocar a mudança desejada, o líder deve conhecer
o seu pessoal, individualmente. É o primeiro passo. A partir
daí a tarefa fica mais fácil.
Um líder é sensível
Muitas
pessoas confundem sensibilidade com medo. Sensibilidade não diminui
as qualidades de um líder. Quando se tem que tomar uma decisão,
a sensibilidade favorece muito, possibilitando o uso do poder. Conhecemos
muitos exemplos de diretores de escola com elevado grau de sensibilidade,
que motivam outras pessoas a ele se juntarem.
Segundo Edith Wharton, "há duas maneiras de difundir a luz:
ser vela ou espelho que a reflete". O otimista sempre reflete a
luz, embora seja impossível a ausência de pessimistas.
Merece consideração o comportamento e a atitude de um
líder que se diferencia. mas há que se considerar a diferença
entre cada um deles. O comportamento diz respeito ao que dizemos e fazemos.
A atitude é aquilo que sentimos e em que acreditamos. É
claro que um líder deve trabalhar, primeiramente, com suas atitudes.
Não há sensibilidade sem empatias, pois, com ela, compartilha
os sentimentos de outras pessoas. Devemos considerar que o estilo de
liderança é fundamental. Aliás, estilo é
aquilo que os outros percebem no líder. Portanto, sensibilidade
implica em aceitar as pessoas como elas são. Quanto mais sensível
for um líder, mais amplas se tornarão suas percepções.
Um líder corre risco
Viver
já é um grande risco. À liderança que se
diferencia, serão indispensáveis os riscos.
O Diretor de Escola, e isso quase sempre acontece, porque é líder,
usa a capacidade de correr riscos para criar um ambiente que favoreça
a inovação e a criatividade.
Ao correr riscos, o líder recebe os benefícios de aumentar
sua conscientização, o auto-convencimento, amplia os conhecimentos
e, por conseqüência, faz crescer o envolvimento das pessoas.
É claro que o risco pode induzir ao erro, mas o líder
que tenha a responsabilidade pelos erros e falhas ganham credibilidade,
sem nenhuma dúvida. O líder que é diferenciado
ajuda os outros a se arriscarem e há duas maneiras de fazê-lo.
Uma é a da participação dos envolvidos nas decisões.
A segunda maneira é aceitar que as outras pessoas possam cometer
erros.
Um líder toma decisões
A
tomada de decisão implica em liberar o potencial existente e
fazer algo acontecer. Para o líder diferenciado é mais
importante tomar uma decisão, mesmo inconscientemente equivocada
do que nenhuma decisão. Pode ser a parte mais difícil
de uma determinada tarefa. Será aconselhável que se houver
necessidade de uma tomada de decisão em grupo, deva sê-la
por um pequeno grupo e pelas pessoas certas. Não basta apenas
ter boas intenções: é preciso decidir.
Observação importante é a responsabilidade social
de quem toma decisão. Nessa hora é que se distingue no
líder sua aptidão (mesmo que estilo) e a sua atitude (reflexo
de seus valores). Uma decisão, para ser tomada, precisa ser preparada
com cautela. Nem sempre a decisão é fácil e as
implicações advindas dela podem mudar o rumo das coisas.
Toda decisão é um julgamento - uma escolha entre algumas
alternativas. Líderes que se diferenciam procuram orientações
possíveis, mesmo sabendo que a eles cabe a tomada de decisão
ou julgamento. Quando se trabalha em grupo, os participantes sempre
esperam a decisão do líder.
Aliás, é assim no cotidiano da escola, todos sabemos.
Um
líder sabe usar o poder
Eis
aqui uma questão bastante controvertida. Se buscarmos no dicionário
sinônimos de poder, vamos encontrar: autoridade direta, influência,
força, hierarquia, posição social, superioridade,
influência política, prestígio, ascendência,
domínio e persuasão. Na frieza dos sinônimos ou
não o poder é inerente à liderança. Mas
o líder diferenciado não perde o poder, mesmo sendo forte,
porém gentil. Não há o exercício do poder
quando ele não ofereça soluções humanas.
O poder não é sinônimo de sabedoria, necessariamente,
mas tem muita eficácia, quando se aprende a usar a influência.
Ele é o impulsionador de pessoas e encontros.
O Diretor de Escola, como líder diferenciado, pode compartilhar
o poder e obter bons resultados. Deve usar recursos fundamentais como:
informações e apoio. Toda vez que o poder é compartilhado,
a tendência é um bom retorno. Diferentemente do poder compartilhado,
o poder individualizado diminui. O uso do poder pode exigir ações
mais duras. Quando for necessário, há até um sábio
conselho afirmando que, se tiver de usar o martelo, envolva-o em veludo.
À medida que o poder é usado de forma abusiva, ele força
a formação de um sistema de defesa, podendo gerar, muitas
das vezes, um confronto. Há dois tipos de poder: o poder proveniente
do cargo e o poder que vem de dentro. O segundo é o poder pessoal,
o mais conveniente. Como diria Federman - "Seu posto lhe dá
autoridade - seu comportamento conquista para você o respeito".
O exercício do poder implica em grande responsabilidade, mas,
ao mesmo tempo, ele é instrumento delicado. O poder tem como
grande aliado a humildade e a cortesia.
Um líder sabe comunicar-se
Para
um líder diferenciar-se, sempre há necessidade de comunicação
efetiva. A comunicação eficiente aumenta e melhora o relacionamento
entre as pessoas. É o poder da comunicação que
certamente aumenta a liderança.
A eficácia de tal comunicação pode transformar
o entendimento em ação. Quando o líder sabe comunicar-se,
ele será capaz de: motivar e inspirar as pessoas a colocarem
as ações em prática; estabelecer cooperação
e confiança; manter o foco sobre as questões; resolver
conflitos; oferecer informações úteis; evitar rupturas
de comunicação.
A comunicação é importante para o exercício
efetivo da liderança. Entretanto, saber ouvir é, pelo
menos, metade da comunicação. Ouvir é muito importante,
na mesma proporção que temos uma boca e duas orelhas.
Mesmo com comunicação eficiente o líder não
pode ignorar a existência de conflitos. Resolver conflitos favorece
a vida em harmonia. É real que temos uma reação
emocional. A prevalença dela pode gerar conflitos. O verdadeiro
líder sabe temperar a emoção e a resposta intelectual.
Isto é, a maturidade que nada mais é do que a emoção
temperada pelo intelecto.
A mais elevada forma de comunicação é o exemplo.
Um líder forma equipes
É
inegável que os seres humanos sempre tiveram tendências
para a formação de grupos. Na nossa escola não
é diferente, apesar da cultura nossa valorizar ao individualismo.
Assim como acontece com o líder, uma equipe bem formada pode
diferenciar-se. Para formação de equipes há alguns
princípios básicos a serem considerados: saber dirigir,
motivar, treinar, delegar e reconhecer. Numa equipe bem formada será
preciso que todos os componentes se sintam donos dela.
O desejo e a necessidade de dirigir precisam se calcados em um princípio:
não basta dirigir a equipe, será preciso que ela queira
ser dirigida.
Elogiar faz bem. O açúcar leva mais longe que o vinagre.
Motivar é algo que podemos fazer, começando por nós
mesmos.
Outro cuidado que o líder diferenciado deve ter é oferecer
ao grupo um apoio construtivo em vez de crítica construtiva.
Também o treinamento é fundamental para que melhore a
capacidade das pessoas para a função a que se propõem.
Confúcio já dizia - "Vejo e esqueço. Ouço
e me lembro. Faço e entendo".
Líder sabe delegar e sabe fornecer informações
de duas maneiras: fazendo perguntas e dando orientações.
É muito importante sempre será preciso recompensar o esforço
da equipe.
Um líder é corajoso
O
mundo sempre foi um lugar perigoso para viver. Portanto para viver nele
sempre é preciso coragem. Coragem é o estado ou qualidade
da mente ou espírito que possibilita a alguém encarar
o perigo com autocontrole, confiança e resolução.
Para ter coragem é preciso planejar. É preciso coragem
para: ter fé, procurar a verdade, para resistir à pressão
social, para falar francamente, para ser controverso, para assumir responsabilidade,
para liderar, para se posicionar, para persistir, para servir, para
seguir, etc... Numa reflexão um pouco mais aprofundada conclui-se
facilmente que o Diretor de Escola é um corajoso.
Um líder compromete-se
Compromisso
é algo muito importante na vida de um líder. Ele é
fundamental em cada etapa do desenvolvimento da liderança. O
compromisso faz a vida ter mais significado. Não deixa de ser
uma verdade irrefutável que o comprometimento, muitas vezes,
exige sacrifícios. Afinal de contas, a liderança não
é alguma coisa reivindicada. Ela é conquistada. Também
é verdade que um líder diferenciado tem um potencial infindável
e consegue reconhecer o potencial de seus liderados.
Em muitos momentos da vida, cada um de nós se compromete. É
no momento do casamento, da aquisição de um imóvel,
ao segurar no colo o filho que acaba de nascer. O Diretor compromete-se
ao assumir o cargo. Ingredientes como persistência e fidelidade
são partes integrantes de um compromisso. Ação
fecha a cadeia. Ao Diretor, sempre compromissado, é preciso querer
diferenciar-se.
Um líder tem um elevado senso ético
A
ética é uma das condições mais importantes
nas atividades relacionais. Buscando no dicionário um sinônimo
para a palavra, encontraríamos: moral, integridade, honestidade,
valores, confiança, dever, virtude, verdade, decência,
coragem, prudência, lealdade, honra, bondade, fidelidade, consciência.
Ética não é moral e sim, produto da moralidade.
São ações baseadas no certo e no errado. É
um conjunto de princípios fundamentais para a vida. É
aplicação. Um líder ético só existe
verdadeiramente quando baseado em dois princípios fundamentais:
confiança e lealdade. Qualquer relação afetiva
é assim direcionada. O líder diferenciado tem a capacidade
de estabelecer confiança e lealdade. Não pode ser indeciso.
A escola precisa de líderes que coloquem a ética no topo
da lista de qualidades de liderança.
Conclusão
São
grandes as responsabilidades de o Diretor de Escola à frente
da escola pública, cada vez mais necessária às
camadas menos privilegiadas da população. Num contexto
social de violências, individualismos, centralismo administrativo,
falta de estrutura para funcionamento e baixo índice de participação
comunitária, a escola tem papel relevante na preparação
e formação do cidadão participativo. E na escola
há de se reconhecer a importância do trabalho imprescindível
dos docentes e pessoal de apoio, sem os quais, pouco pode ser feito.
Mas a figura do Diretor é fundamental, praticamente a forma de
ser da escola. "Diretorar" é mais do que exercer as
funções do cargo. É ser líder, é
ser articulador. A direção exige da liderança a
capacidade de trabalhar em equipe, deve ser inspiradora do grupo. Mais
do que isso, o Diretor deve ser um visionário, um exímio
comunicador, uma pessoa que arrisca. Deve ter sensibilidade, deve saber
usar o poder, deve criar as mudanças, deve assumir compromissos
e ser corajoso, trabalhar dentro de um comportamento ético e
convencer pelo exemplo, acima de tudo.
Por tudo isso, o Diretor de Escola é muito importante e se diferencia.
Faz a equipe diferenciar-se. Não basta administrar a escola pública.
É preciso liderar, influenciar o comportamento dos outros. Influenciando
e proporcionando aos participantes do processo, condições
para transformar o conceito de escola pública, de escola do governo
para escola do povo. O Diretor de Escola deve estar no centro do processo,
liderando, articulando, sendo diferente, reafirmamos.
Fonte;: Revista
do Projeto Pedagógico