"A convivência entre pais e professores deve ser de harmonia e respeito mútuo", diz o engenheiro e professor José Carlos Pomarico, diretor geral do Colégio Joana D’Arc, em São Paulo
Para que a criança tenha um bom aprendizado, é importante que os
pais participem da vida escolar dos filhos, mas respeitando a autoridade
da escola
Há
quem acredite que frequentar reuniões de pais e mestres nas escolas dos
filhos é chato e entediante. Uma vez que confiaram na instituição, não é
preciso perder tempo para saber o andamento da educação. Outros se
intrometem tanto que querem ensinar aos professores a melhor maneira de
educar seus filhos.
De
maneias distintas, ambos estão errados. Afinal, qual o limite da
relação entre pais e professores? "Eles são educadores, cada um em seu
âmbito. A convivência entre pais e professores deve ser de harmonia e
respeito mútuo", diz o engenheiro e professor José Carlos Pomarico,
diretor geral do Colégio Joana D’Arc, em São Paulo.
Tudo
começa com a escolha da instituição de ensino. Antes de matricular o
filho, pais devem avaliar quais são os métodos educacionais, a proposta,
a linha pedagógica adotada, para saber se eles concordam com a linha
que adotaram para educar as crianças. "As divergências, caso venham a
existir no decorrer do processo, devem ser resolvidas diretamente com a
escola, não deixando que cheguem ao aluno", afirma José Carlos Pomarico.
Confiança
é o ponto chave, por isso é tão importante escolher a escola com calma.
“Uma boa relação é construída a partir da noção de parceria. Os alunos
precisam se sentir seguros sobre os caminhos que a escola orienta, os
quais foram aprovados previamente pela família”, diz o diretor
pedagógico Nivaldo Canova, do Colégio Giordano Bruno, de São Paulo.
É
importante que pais participem do cotidiano escolar e contribuam com
suas experiências, tenham um diálogo com os profissionais. Contudo, é
fundamental que cada um desempenhe o papel que lhe cabe na formação das
crianças e jovens. "Educar não é uma tarefa fácil, mas o princípio
básico é a coerência entre o que se fala e o que se faz diante de
regras", explica a diretora Tatiana Martinez, do Colégio Rio Branco –
Unidade Granja Vianna, em São Paulo.
Papéis bem definidos
Até que ponto um não avança o campo do outro? Tudo o que diz respeito à educação dos filhos é de responsabilidade dos pais e isso só muda à medida que a criança vai crescendo e tomando suas próprias decisões.
"O
papel dos professores está restrito ao que compete à educação escolar,
no cumprimento de regras estabelecidas para o bom convívio coletivo”,
explica a psicóloga educacional Marli da Costa Ramos Scatralhe, diretora
pedagógica do Colégio Mario Schenberg, em Cotia (SP). Resumindo: à
família cabe educar o filho, à escola ensinar o aluno, exercitando
regras de convivência, compartilhando, respeitando as individualidades,
aos bons hábitos de higiene e respeito ao meio ambiente.
Cuidado com os erros frequentes
Acompanhar
o processo educativo da escola não se restringe a conferir lições de
casa ou mesmo frequentar reuniões. Mas ultrapassar muito esse limite não
é bom. Pais superprotetores prejudicam os filhos em todos os âmbitos –e
não só no escolar. “Eles acabam criando crianças dependentes, inseguras
e que precisam o tempo todo de atenção, não conseguem realizar tarefas
simples sem consultar ou ter a aprovação de professores e ficam
contrariadas quando não atingem um objetivo proposto”, avalia Tatiana
Martinez.
Muitas vezes, tentar
inocentar o aluno de qualquer ação impede que se tomem as medidas
necessárias para correções importantes. E isso atrapalha a escola e
prejudica a formação. “Há casos em que a superproteção é usada como
compensação de outras omissões dos pais. Aí o mal é duplo: na omissão e
na superproteção, ambos punindo a criança, provocando, inclusive, desvio
de caráter”, diz Maria Edna Scorcia, diretora pedagógica do Colégio
Joana D’arc, em São Paulo. E tem mais: intervir demais nas decisões
escolares só demonstra desconfiança na instituição. Assim, será difícil
exigir que a criança respeite a escola, já que seus pais não a
respeitam.
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