domingo, 3 de abril de 2011

Escola interior do Amazonas


Em 2005, a nota do índice de de­sen­volvi­mento da ed­u­cação básica (Ideb) da escola es­tadual Dom Bosco, em Eirunepé, sud­este do Ama­zonas, era de 2,7, numa escala que vai de zero a dez. Quatro anos mais tarde, em 2009, a nota foi de 8,7. O au­mento, de 322 pontos per­centuais, é o maior reg­istrado em todo o país. A escola atende a 340 es­tu­dantes dos anos ini­ciais do ensino fun­da­mental e lida com cri­anças em si­tu­ação de risco so­cial. Mais de 70% dos es­tu­dantes vêm de famílias que re­cebem Bolsa Escola.

A di­re­tora Maria de Fá­tima Libânio da Silva aponta duas es­traté­gias como as re­spon­sáveis pelo salto de qual­i­dade da escola Dom Bosco. A primeira é o pro­jeto “Aula de re­forço é com­pro­misso de todos”. O nome do pro­jeto cai bem. Pais e pro­fes­sores se uniram para su­perar o prin­cipal ob­stáculo às aulas de re­forço: a falta de merenda. “O Es­tado manda a merenda para o turno reg­ular, mas como eles viriam es­tudar no con­traturno sem comer?”, ques­tiona Maria de Fá­tima. Com re­cursos dos próprios pro­fes­sores e frutas e ver­duras pro­duzidas pelos pais dos es­tu­dantes, foi pos­sível garantir o lanche. “Até a saúde deles mel­horou, porque muitos só se al­i­mentam na escola mesmo”, re­lata.

A outra es­tratégia uti­lizada pela escola é a “Brin­cando também se aprende”, que, mais uma vez, se de­sen­volve no con­traturno. Aulas de amare­linha e ativi­dades lúdicas são uti­lizadas como forma de es­tudo. Assim, os pro­fes­sores driblam di­fi­cul­dades com con­teúdos for­mais como matemática, por ex­emplo. “Temos um ter­reno grande aqui. Eles podem brincar à von­tade”, ex­plica. O em­penho dos servi­dores da escola foi re­con­hecido dentro e fora do es­tado. Todos os servi­dores re­ce­beram, do gov­erno do es­tado, um 14º salário, em dezembro de 2010. “Foi um prêmio pelo cresci­mento”, ex­plicou a pro­fes­sora Sueli Pin­heiro Neblina, co­or­de­nadora re­gional de ed­u­cação da sec­re­taria es­tadual de ed­u­cação de Eirunepé. A di­re­tora Maria de Fá­tima, por sua vez, foi uma das dez ed­u­cadoras con­dec­o­radas com a medalha da Ordem Na­cional do Mérito pela pres­i­dente Dilma Rousseff, na se­gunda-feira, em cer­imônia no Palácio do Planalto, em Brasília.

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